Rota de Observação de Aves

Castro Verde . Mértola . Serpa

Itinerários para fazer de bicicleta ou de automóvel

Os concelhos de Serpa, Mértola e Castro Verde possuem alguns dos locais mais fascinantes para a observação de aves em Portugal.

Com efeito, a diversidade e especificidade de habitats existentes nesta região permitem a ocorrência de um alargado leque de espécies de aves onde se incluem algumas das mais raras e ameaçadas da Europa; são disso exemplos a Pêrra, o Abutre-preto, a Águia-imperial-ibérica, a Abetarda, o Sisão, o Cortiçol-de-barriga-preta ou o Andorinhão-cafre. A constatação deste facto levou diversas entidades públicas e privadas a decidir criar nestes concelhos uma infraestrutura – Rota de Observação de Aves – com o objetivo de disponibilizar aos visitantes (desde os amantes da natureza em geral até aos observadores de aves mais experientes, passando pelos iniciados), informação de apoio no terreno para a prática desta atividade.

A rota consiste numa sequência de pontos interessantes a visitar; em cada um deles foi instalado um painel que inclui um breve texto introdutório onde se faz um enquadramento geral do sítio (quer em termos ornitológicos, quer em termos de habitats), bem como ilustrações de algumas das espécies de aves mais representativas do local, acompanhadas por informação das épocas mais favoráveis para a sua observação.

A forma de explorar a rota é flexível e fica ao critério de cada um; para quem não tem muito tempo, há sempre a possibilidade de visitar uma dada secção de três ou quatro pontos numa manhã ou numa tarde; já quem não tiver limitações, pode decidir percorrê-la na sua totalidade, por exemplo ao longo de uma semana ou mais. Seja qual for a opção, haverá sempre muito para descobrir, fica o convite!

Itinerário Rota de
Observação de Aves
Mértola

Clique na imagem do mapa para ampliar.

Canais do Guadiana

A partir deste ponto, situado numa zona de grande beleza paisagística, é possível descer até ao rio através do caminho existente, o que proporciona a oportunidade de observar algumas aves emblemáticas e pouco comuns em Portugal. 

Ribeira do Vascão

Trata-se de um local onde ocorrem espécies como a rara Rola-brava Streptopelia turtur, o emblemático Papa-figos Oriolus oriolus e o vocal Peto-real-ibérico Picus sharpei, cuja presença é muitas vezes denunciada pelo peculiar canto que faz lembrar o relincho de um cavalo. 

Mesquita

A partir deste ponto é possível explorar os trilhos que atravessam manchas de matos mediterrânicos (sobretudo estevais) e terrenos baldios abertos e que conduzem até às margens do Rio Guadiana e da Ribeira do Vascão. 

Penha de Águia

A paisagem deste ponto é dominada pela escarpa que se situa na margem esquerda do Rio Guadiana e que constitui habitat ideal para algumas espécies rupícolas. 

Moinho Reliquias

O Vale da Ribeira do Vascão alberga uma interessante comunidade de aves. A presença da rara e icónica Águia-real Aquila chrysaetos é regular. 

Corte da Velha

As serras de São Barão e de Alcaria Ruiva e os Montes da Cela, elevações visíveis a partir deste ponto, com as suas encostas cobertas por matos e com pequenos afl oramentos rochosos, são frequentadas por diversas aves de rapina diurnas. 

Bombeira do Guadiana

Partindo deste ponto é possível explorar um interessante trecho da margem direita do Rio Guadiana seguindo um caminho que acompanha a margem do rio e que atravessa plantações de Pinheiros-mansos Pinus pinea e matos mediterrânicos. 

Pulo do Lobo

A partir deste ponto é possível aceder ao rio e desfrutar de uma excelente perspectiva do Vale do Guadiana e do notável acidente geológico conhecido como Pulo do Lobo. Dadas as características da zona, as aves rupícolas são aqui a principal atração. 

Carril

O Rio Chança, afl uente do Guadiana, corre aqui num vale pouco encaixado e delimita a fronteira com Espanha. Os aspetos cénicos são evidentes e, em termos ornitológicos, o leque de espécies que se pode observar é bastante variado, razão pela qual a exploração deste local poderá ser bastante proveitosa.  

Barranco dos Alcaides

O Barranco dos Alcaides constitui um autêntico oásis de biodiversidade, sendo de salientar a existência, neste troço do Rio Chança, de uma população do ameaçado Saramugo Anaecypris hispanica, um peixe endémico do sul da Península Ibérica.

Mina de São Domingos

O antigo complexo mineiro de São Domingos está hoje abandonado e pode ser acedido a partir deste ponto. Poder-se-ia pensar que um local com estas características não teria interesse ornitológico; não é esse o caso. 

Pomarão

O antigo porto fluvial mineiro do Pomarão permitia o escoamento do minério extraído da Mina de São de Domingos, que chegava ao local através de uma linha férrea construída para esse efeito. 

Além-Rio

Para além da vista privilegiada sobre a vila de Mértola, este ponto permite a observação de um leque interessante de espécies de aves que frequentam quer a zona urbana, quer o vale do rio com as suas hortas, oliveiras e amendoeiras. 

Mértola

A partir deste ponto situado no coração da histórica vila de Mértola, é possível desfrutar de uma boa panorâmica sobre o Vale do Guadiana e observar algumas das espécies que frequentam a zona urbana e ribeirinha.

Santana de Cambas

Os terrenos que se situam entre as povoações de Santana de Cambas e de Alves são bastante interessantes sob o ponto de vista de observação de aves.

Rota Mértola - Serpa
- Castro Verde

Os concelhos de Serpa, Mértola e Castro Verde possuem alguns dos locais mais fascinantes para a observação de aves em
Portugal. 

A Rota de Observação de Aves vai guiá-lo por 39 pontos muito especiais entre os concelhos de Mértola, Castro Verde e Serpa. Cobrindo habitats distintos, que vão das estepes cerealíferas e dos vales fluviais escarpados até a açudes e barragens, há uma imensa avifauna para descobrir durante as diversas estações do ano.

A Rota é acessível por veículos motorizados ligeiros ou de bicicleta e pode ser feita em qualquer sentido. Cada ponto escolhido permite observar uma variedade de espécies que ocorrem e nidificam no Baixo Alentejo.  

Permaneça em cada ponto durante alguns minutos, sempre em silêncio para não perturbar 
as aves. Em alguns pontos, recomendamos que faça uma pequena caminhada, para melhor escutar e observar as espécies mais tímidas. Mantenha sempre uma distância de segurança.

Recomendamos que contacte um guia local ou uma empresa especializada na observação de aves, de forma a tirar o maior proveito do passeio. No entanto, a Rota também pode ser feita em autonomia; neste caso, não se esqueça de trazer os seus binóculos e guia de identificação de aves!

Primavera
Na primavera, a paisagem pintada de verde e flores, enche-se de um burburinho constante: das abelhas em frenesim e das aves que vão, aqui e ali, exibindo os seus comportamentos nupciais. É o momento de encontrar parceiros, procurar locais para fazer o ninho e alimentar as crias.

Visite as estepes cerealíferas, e é muito provável que encontre, entre outras espécies, Abetardas (Otis tarda), pintalgando de branco a paisagem; Tartaranhões-caçadores (Circus pygargus), planando em busca de comida; ou Francelhos (Falco naumanni), peneirando sobre a vegetação. Os miradouros e os vales fluviais constituem também uma ótima opção a visitar durante esta estação do ano.

Verão
A estação seca estende-se de finais de Maio a finais de Setembro. A água escasseia na paisagem, as plantas perdem o verde, o ar aquece. Mas nem a seca, nem as temperaturas altas assustam as aves que aqui nidificam. Há uma imensa atividade em busca de alimento para as crias, e no final do verão, aves juvenis enchem os céus, nos seus primeiros voos de descoberta.
Recomenda-se sair cedo pela manhã ou ao final da tarde. Durante o pico de calor a observação de aves é bastante mais difícil. Visite charcas e açudes, há uma boa probabilidade de encontrar aves aquáticas.

Outono

O outono marca a partida de muitas aves, que após a época de nidificação, rumam em direção ao sul. Chegam muitas outras, vindas do norte, centro e leste da Europa, que ora permanecem durante o inverno, ora estão de passagem, aproveitando a paragem para recuperar forças e seguir viagem.

Visite os miradouros, as charcas e os açudes e esteja atento aos céus: há bandos de aves de todas as dimensões em migração; mesmo durante a noite, podem ser observadas e escutadas diversas espécies a migrar.

Inverno

Durante a estação mais fria, os montados e as estepes cerealíferas são visitados por aves que vêm de outras latitudes onde o alimento se torna escasso devido ao inverno rigoroso que por lá se sente. Entre as diversas espécies que invernam no Baixo Alentejo, os Grous (Grus grus), são provavelmente os mais audíveis e vistosos; voam em grupos de dezenas ou centenas e vão circulando entre montados em busca de alimento e pequenas charcas e açudes onde pernoitam. Com as sementeiras já preparadas para a primavera, muitas aves circundam e sobrevoam os campos em busca de alimento.

Com um inverno ameno e temperaturas moderadas durante o dia, esta região proporciona excelentes condições para a observação de aves durante esta estação do ano.

ONDE COMER?

Descubra os melhores restaurantes típicos e tradicionais alentejanos, no nosso concelho.

ONDE DORMIR?

O concelho de Mértola tem uma variada oferta de alojamentos, para todos os gostos, desde hotéis, casas de habitação no centro histórico e turismo rural.